Investigação de alterações eletrocardiográficas em gatas (Felis catus) submetidas a pneumoperitônio

Abstract

O pneumoperitônio consiste na insuflação da cavidade abdominal com gás para realização de técnicas cirúrgicas laparoscópicas. Todavia, apesar de suas indicações, o estabelecimento do pneumoperitônio está associado a diversas alterações hemodinâmicas e respiratórias. O presente estudo objetivou investigar a ocorrência de alterações eletrocardiográficas decorrentes da insuflação peritoneal com CO2 durante a videolaparoscopia em gatas. Para isto, foram utilizadas 10 gatas adultas e hígidas, premedicadas com cloridrato de cetamina (15 mg.kg-1) e midazolam (0,2 mg.kg-1) e anestesiadas com isoflurano, submetidas a pneumoperitônio durante OSH eletiva por videolaparoscopia. O traçado eletrocardiográfico foi avaliado em diferentes momentos através de eletrocardiógrafo Funbec® ECG5. Os dados obtidos foram analisados por análise de variância (ANOVA) e posteriormente analisados pelo teste t de Student e teste de Tukey, considerando significantes valores de p<0,05. As variações observadas no eletrocardiograma não representaram diferenças estatísticas quando analisadas pelos testes estatísticos realizados. Conclui-se que o pneumoperitônio com CO2 a uma pressão de 15 mmHg não gera alterações eletrocardiográficas em gatas anestesiadas com isoflurano. Novos estudos abrangendo também a avaliação de eletrólitos e do pH sanguíneo podem ser realizados para melhor entendimento dos mecanismos envolvidos na insuflação peritoneal com CO2 durante a videocirurgia.

Repercussões do pneumoperitôneo na laparoscopia e a técnica de baixa pressão

“…18,19 Quanto as manifestações eletrocardiográficas, um modelo experimental animal não evidenciou alterações consideráveis com pressão de até 15 mmHg. 20…”

“…As maiores chances de distúrbios hidroeletroliticos se encerram naqueles que são mal assistidos durante o ato anestésico-cirurgico, naqueles com comorbidades prévias, ou nos casos de procedimentos com altas pressões de intraperitoneais. 20 Segundo evidências as alterações desfavoráveis no equilíbrio ácido-básico podem ser evitadas com níveis mais amenos de PIA. 20 Pressões intraperitoneais elevadas alteram muito mais o pH sanguíneo que procedimentos conduzidos com pressões mais baixas, em torno de 12 mmHg.…”

“…20 Segundo evidências as alterações desfavoráveis no equilíbrio ácido-básico podem ser evitadas com níveis mais amenos de PIA. 20 Pressões intraperitoneais elevadas alteram muito mais o pH sanguíneo que procedimentos conduzidos com pressões mais baixas, em torno de 12 mmHg. 18 Em um modelo experimental animal em um PP com pressões de 10 e 16 mmHg a acidose e a hipercapnia foram complicações observadas de forma diretamente proporcional à pressão empregada bem como com o tempo total do procedimento.…”