RESUMO -Relatamos o caso de uma paciente portadora de esquistossomose mansônica com encefalopatia portal sistêmica, associada a elevada intensidade de sinal em T1 ao nível dos núcleos da base, devido a deposição de manganês, decorrente da presença de colaterais porto-sistêmicos. Ressaltamos os achados radiológicos por ressonância magnética e fazemos revisão bibliográfica sobre o tema. Desconhecemos relato de tal associação na bibliografia.PALAVRAS-CHAVE: esquistossomose mansônica, encefalopatia portal sistêmica, gânglios da base, manganês, neurorradiologia, ressonância magnética.
Hyperintense basal ganglia on T1 weighted MR images: case report in Manson's Schistosomiasis with portal-systemic encephalopathyABSTRACT -We report a case of mansonic schistosomiasis with portal systemic encephalopathy associated with a high intensity signal in basal ganglia on T1 weighted images due to deposition of manganese in tissues related with portal-systemic collateral vessels. A bibliographic review was done focusing the magnetic resonance findings. To the best of our knowledge, these signal changes have not yet been associated with Manson's schistosomiasis.KEY WORDS: mansonic schistosomiasis, portal-systemic encephalopathy, basal ganglia, manganese, neuroradiology, magnetic resonance image.Em 1954, Sherlock utilizou a expressão encefalopatia portal sistêmica (EPS) para denominar uma síndrome neurológica que se manifesta ocasionalmente em pacientes com hepatopatia crônica com shunts porto-sistêmicos 1 . As alterações observadas no exame de ressonância magnética (RM) são caracterizadas por hiperintensidade de sinal em T1 nos núcleos da base, características da EPS 2 . Este achado foi inicialmente descrito por alguns autores em casos associados à insuficiência hepática crônica 3-6 , posteriormente em casos de shunt portal sistêmico sem insuficiência hepática 7 , e, mais recentemente, em pacientes submetidos a nutrição parenteral 8,9 . A sua etiopatogenia está associada com a deposição intracelular de manganês (Mn).A esquistossomose mansoni é endêmica em regiões da América, África e Oriente Próximo. Está presente em cerca de 53 países. O agente etiológico é o Schistosoma mansoni, um trematoda que tem o homem como hospedeiro definitivo e único reservatório de importância epidemiológica. A doença se caracteriza por expressão clínica variável, desde formas assintomáticas / oligossintomáticas a quadros graves com hipertensão portal e raramente hipertensão pulmonar. A Estudo realizado no Setor