A salinização dos solos no semiárido brasileiro é um dos principais problemas enfrentados pelos agricultores e, em alguns casos, comprometendo a biodiversidade das caatingas e, contribuindo para o processo de desertificação. O presente estudo tem como objetivo analisar a dinâmica da auto-organização da vegetação de caatinga em áreas salinizadas e não salinizadas do município de Petrolina, estado de Pernambuco e sua possível contribuição para susceptibilidade à desertificação. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Em campo, primeira etapa, foram selecionadas quatro parcelas, sendo coletadas informações da vegetação, solos e interferência antrópica. A segunda etapa foi desenvolvida em laboratório, onde foram confeccionados mapas de uso da terra, análise dos solos e avaliação final da estrutura e organização sistêmica da vegetação. Os resultados indicam que, nas parcelas onde os solos se encontram salinizados, a elevada entropia provocou perda da vegetação e, no processo de auto-organização espécies adaptadas aos ambientes salinos passaram a predominar. Nas parcelas em que os solos apresentaram reduzidos teores de sais não foram verificadas modificações na estrutura da cobertura vegetal. Para reduzir o impacto da presença de sais nas parcelas degradadas o recomendado seria a destinação dessas áreas para preservação. Outras alternativas seriam a inserção da Atriplex numulária, capaz minimizar os impactos da salinização, e o uso de corretivos químicos. Conclui-se que, nas áreas salinizadas o processo de auto-organização da vegetação vem substituindo espécies glicófitas por espécies halófitas, modificando assim, a diversidade de espécies nesses ambientes e contribuindo para os riscos de desertificação sendo necessárias intervenções urgentes.