RESUMO -Diante da preocupação de todos com aquecimento global, associado às elevadas emissões de CO 2 , o processo de fixação de CO 2 por microalgas vem contribuir entre as tecnologias presentes para a redução de CO 2 em excesso na atmosfera. O objetivo deste trabalho foi desenvolver sistema composto por membranas de fibra oca (MFO) e aplicar no processo de biofixação de CO 2 pela microalga Spirulina sp. LEB 18. Para isso, a microalga foi cultivada em fotobiorreatores tubulares verticais de 2 L com injeção de CO 2 pelo sistema MFO na vazão de 0,025 vvm. A agitação dos cultivos foi promovida com ar por meio de difusor de pedra sinterizada nas vazões específicas de 0,05 e 0,3 vvm. Com este estudo foi possível desenvolver e aplicar o sistema de MFO para alimentação de CO 2 no cultivo de Spirulina. O maior acúmulo de carbono no meio de cultivo (127,4 ± 6,1 mg.L -1 ) e os maiores resultados de produtividade volumétrica de biomassa (P máx = 131,8 ± 1,9 mg.L -1 .d -1 ), bem como taxa de biofixação de CO 2 (T CO2 = 231,6 ± 2,1 mg.L -1 .d -1 ) e eficiência de utilização de CO 2 pela microalga (E CO2 = 86,2 ± 0,8 % m.m -1 ) foram obtidos com o sistema de MFO e vazão de ar de 0,05 vvm. Os resultados obtidos demonstraram o potencial de aplicação das membranas de fibra oca no processo fixação de CO 2 , contribuindo com a maior conversão do carbono fixado em biomassa.
INTRODUÇÃOAs microalgas são micro-organismos fotossintéticos que não só podem ser empregados na captura de dióxido de carbono por meio da fotossíntese, com também produzir biomassa, e por sua vez contribuir com a redução do efeito estufa na atmosfera. A biomassa produzida pode apresentar elevadas concentrações de compostos como lipídios, carboidratos, proteínas e pigmentos (ANJOS et al., 2013), tendo esta emprego direto, ou do composto extraído, na indústria de alimentos, cosméticos e na produção de biocombustíveis, gerando, assim, um bioprocesso cíclico em relação ao uso do carbono.A fonte de carbono necessária para o cultivo de microalgas representa em torno de 60 % dos custos com os nutrientes do meio de cultivo. O uso de fontes alternativas, como o CO 2 emitido a partir da queima de carvão em usinas de energia pode reduzir os custos com este nutriente, bem como minimizar os problemas ambientais causados pelas emissões deste gás de efeito estufa na atmosfera, como o aquecimento global (COSTA e MORAIS, 2011;HUGHES e BENEMANN, 1997).