A acne é uma doença crônica e multifatorial que envolve a inflamação das unidades pilossebáceas. Para formas moderadas ou graves de acne que não respondem à terapia convencional, a isotretinoína oral é a terapia mais indicada por dermatologistas. Um composto retinóide derivado da vitamina A, altamente eficaz no tratamento de acne, atua nas principais causas implicadas em sua patogênese. No entanto, algumas alterações laboratoriais podem ser observadas com seu uso. Este estudo teve como objetivo identificar as alterações laboratoriais que podem ocorrer no perfil lipídico (TG e CT) e na função hepática (ALT e AST) em pacientes com acne submetidos ao tratamento com isotretinoína. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura fundamentada em artigos científicos indexados nas bases de dados MEDLINE/PubMed, SciELO e LILACS nos últimos cinco anos, utilizando as palavras-chave “acne” e “isotretinoína”. A prevalência de anomalias laboratoriais relacionadas ao uso de isotretinoína revelou variações entre os estudos, porém, predominantemente, destacou-se o aumento nos níveis dos analitos TG, CT, ALT e AST. Além disso, observou-se uma discrepância na recomendação da frequência de monitoramento entre os autores avaliados. Em sua maioria, os estudos apontaram que as alterações nos analitos em questão foram de natureza leve, transitória e reversível, frequentemente normalizando após o término do tratamento. De maneira geral, os estudos indicam que a vigilância frequente pode ser de maior relevância para pacientes com sobrepeso ou com fatores de risco específicos, enquanto uma frequência reduzida pode ser adequada para a maioria dos pacientes, dada a baixa ocorrência de alterações clinicamente significativas.