Este artigo se detém no exame de dois romances de Lima Barreto: Recordações do escrivão Isaías Caminhae Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá. O primeiro pode ser lido como romance do arrivismo; como romance neopicaresco; como um mosaico de fragmentos de crônicas; e como um quase diário. O segundo, biografia ficcional de certo Gonzaga de Sá, serve ao autor para discutir questões "abstratas", propondo ao mesmo tempo uma estética e uma ética. Considerado por alguns o mais machadiano dos romances de Lima Barreto, nele paira a presença de uma espécie de espectro de Machado de Assis a assombrar a escrita do narrador (e do autor), assinalando-se a importância do nome do personagem-narrador, Augusto Machado, que seria não exatamente uma homenagem, mas como que um tributo ao autor das Memórias póstumas de Brás Cubas.