Há convites que trazem, em si, uma homenagem ao convidado. É dessa forma e com esse sentimento, que recebi o convite para prefaciar esta publicação, elaborada no contexto da pós-graduação stricto sensu em Ciências Sociais, oferecida pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em cooperação com a Escola Superior da Magistratura do Estado do Maranhão (ESMAM).A ESMAM, que tive o prazer de dirigir por dois períodos, atingiu um nível elevado, em pesquisas e aprofundamentos dos temas jurídicos contemporâneos, por meio de aulas, cursos e debates. Essa evolução deveu-se à frequência dos cursos oferecidos e à implantação de pós-graduação do nível que ora se conclui, para magistrados e servidores.Vejo, de certa forma, emocionado, a realização desse sonho que vivi à época em que fazia parte da diretoria da Escola. Por muito empenho da desembargadora Madalena Serejo, conseguimos apenas instituir a especialização em Direito Processual Civil com a Universidade Federal de Pernambuco.O Poder Judiciário vive um período de maior grandeza, não só no Brasil, como em todos os países democráticos. O século XXI, em suas mutações incessantes, apresenta desafios renovados que requerem atenção dobrada para corresponder a esse estágio de desenvolvimento. Nessa perspectiva é que desponta o papel da ESMAM, ao proporcionar os meios para aprimoramento dos juízes e servidores, capacitando-os para formarem uma consciência crítica, aberta, habilitada a captar o ethos das grandes transformações sociais, políticas, econômicas e éticas, as quais estão presentes no que Eric Hobsbawm chamou de "a era dos extremos."A condição de jurista deixou de ser restrita àqueles que se dedicam somente ao estudo do Direito, em suas várias especialidades. Impõe-se hoje ao estudioso da ciência jurídica cultivar uma visão geral, em todos os ângulos em que se desdobra a contemporaneidade.