Embora tenha realizado As mulheres de Ryazan, em 1927, filme de sucesso em seu país e conhecido inclusive no Brasil, a cineasta russo-soviética Olga Preobrajenskaya (1881–1971), que atuou como diretora de filmes entre os anos 1916 e 1941 é praticamente ausente das historiografias do seu país e do cinema mundial. Esse artigo busca esquadrinhar quem foi essa diretora, os trabalhos que realizou, evidenciando suas obras até 1927, quando lança As mulheres de Ryazan e a partir desse ponto, indicar os apagamentos da bibliografia que se relacionam às questões de gênero e políticas. Por meio da observação de sua trajetória profissional como diretora, cuja direção dos filmes dividiu, em maioria, com seus companheiros, é possível acompanhar não só a construção de uma obra, mas também as mudanças e oscilações políticas e ideológicas da Rússia pré-revolucionária e Soviética, que impactaram seus trabalhos e sua vida pessoal e culminaram no fim de sua carreira. Preobrajenskaya, que entre 1916 e 1927, lançou cinco filmes para o público infantil, é convidada pela Sovkino em 1927 para dirigir um dos seis filmes encomendados para a comemoração dos 10 anos de Revolução e, no entanto, foi censurada. Na atualidade, quando se busca pelo trabalho das mulheres no cinema, novos impedimentos surgem para o reconhecimento de Preobrajenskaya.