Resumo: Este trabalho pretende testar a relevância dos conceitos modernos de Identidade, Etnia, Mestiçagem e Território na análise do registo arqueológico e das fontes escritas gregas que referem Tartessos entre os séculos VII e V a.C. Inicialmente, definem-se os conceitos, bem como um questionário centrado na comparação com a política colonial portuguesa em Angola e com a formação de Spirit Provinces na região de Cacheu (Guiné-Bissau). Esta análise permite colocar várias questões sobre os citados conceitos, enquadrando-os numa interpretação metodologicamente mais crítica dos registos escrito e arqueológico. Permite também ponderar, através da analogia com os exemplos africanos, a existência uma possível desconstrução das perceções territoriais indígenas em prol de uma nova ideologia dominante que edificou novos marcadores territoriais. Palavras-chave: Identidade étnica; Território; Analogia etnográfica; Spirit Province; Fontes escritas; Registo arqueológico; Tartessos.
Abstract:This work aims to test the relevance of the modern day concepts of Identity, Ethnicity, Miscegenation and Territory in the analysis of the Archaeology and of the Greek written sources, which refer to Tartessus between the 7th-5th centuries BC. It begins by defining the concepts and some questions based on a comparative study involving Portugal's colonial politics in Angola and the construction of Spirit Provinces in the Cacheu region (Guinea -Bissau). This analysis ended up raising several questions regarding the use of concepts in a methodologically accurate interpretation of the data provided by the written and archaeological sources, as well as questions (by analogy with African examples) about the existence of a possible deconstruction of indigenous territorial perceptions by a new dominant ideology that constructs new territorial markers.