Este trabalho tem como objetivo desenvolver uma reflexão em torno da ideia de Turismo Comunitário ou de Base Comunitária a partir de uma análise do que ocorre hoje na Vila do Aventureiro-Ilha Grande, Rio de Janeiro e suas relações com o processo de recategorização da área para Reserva de Desenvolvimento Sustentável-RDS, recentemente criada (2014). O turismo que ocorre no Aventureiro é hoje considerado como comunitário, ou “de base comunitária” por ser promovido e organizado exclusivamente pelos moradores nativos e por articular a noção de “populações tradicionais” para garantir seu direito ao território. Nesse sentido, a recategorização da área para Reserva de Desenvolvimento Sustentável – RDS tem uma relação reflexiva com este tipo de turismo, em que cada um alimenta o outro. Este texto se baseia em duas pesquisas qualitativas com perspectiva etnográfica, desenvolvidas nos períodos: de 2003/2004 e de 2008 a 2010. Procurou-se captar a percepção da população local sobre sua experiência com o turismo, as sociabilidades emergentes nesse processo, a forma nativa de enfrentamento das dificuldades advindas com a implantação de uma unidade de conservação restritiva em seu território, e, em contrapartida, suas estratégias inovadoras de sustentação econômica e manutenção da cultura.