“…Nos horários de pico, a violência da locomoção em massa estabelece uma "restrição tácita a certas presenças no metrô": corpos lentos, de crianças, idosos ou deficientes, tornam-se mais raros e despertam irritação. 359 A indiferença ao outro e a banalização do sofrimento nessa "situação limite", em que é normal agredir e ser agredido, remetem às formas de defesa contra a consciência da própria cumplicidade no agravamento da adversidade social tal como analisadas por Christophe Dejours no ambiente de trabalho contemporâneo (eis outro motivo para que o transporte atue como metáfora eficiente da sociedade). 360 "Não há drama", escreve Araujo.…”