Prognóstico é definido na medicina, como uma predição baseada no diagnóstico do paciente e nas possibilidades terapêuticas, acerca da duração da enfermidade, gravidade da doença e taxa de óbito. Os índices de prognóstico utilizados em medicina humana ou mesmo os poucos padronizados para medicina veterinária não são muito difundidos ou aplicados na clínica de pequenos animais. Dessa forma, esta pesquisa objetivou identificar variáveis de uso comum na rotina clínica que possam ser úteis como marcadoras de prognóstico, se correlacionando, especificamente como o tempo de internamento (TI), gravidade de doença e mortalidade. Para tal, foram avaliados 246 cães da rotina de um hospital veterinário escola do sul do Brasil, estudados em relação ao estado nutricional (EN) (por anamnese, exame físico e laboratorial), exames hematológicos e diversos parâmetros bioquímicos séricos. Foram calculadas as frequências, médias e desvios-padrões das variáveis, análises de correlação e análises comparativas (Kruskal-Wallis em α = 5%). Foram considerados marcadores relevantes de gravidade de doença em cães: presença de desnutrição, incluindo histórico de hiporexia, anorexia, escore de condição corporal (ECC) ≤3 e escore de massa muscular (EMM≤2); baixos valores de transferrina (TF), da capacidade total de ligação ao ferro (CTLF) e anemia; além de valores elevados de índice de saturação da transferrina (IST), lactato e da relação PCR/albumina. Nos animais sem doenças sistêmicas ou com doenças sistêmicas discretas a moderadas, os indicadores de elevado TI foram: baixos valores de albumina, relação Proteína-C-Reativa (PCR)/Albumina e hiporexia. Nos animais com doenças sistêmicas críticas, os indicadores de baixo TI (secundários a alta mortalidade) foram: baixos valores de índice de massa corporal (IMC) e hemoglobina (HB). Os indicadores de mortalidade em cães doentes foram: hipoalbuminemia e elevada concentração de ureia. Conclui-se que a constatação dessas alterações, especialmente quando ocorrem simultaneamente, embasa a determinação do prognóstico em cães de uma população hospitalar, de maneira objetiva, prática e acessível.