Apesar de também ocorrerem naturalmente, as queimadas no Brasil estão usualmente associadas à renovação de pastagens e limpeza de terrenos agrícolas, representando notável pressão às áreas protegidas legalmente. Assim, a proposta deste trabalho foi a de mapear, quantificar e analisar a ocorrência de queimadas em áreas legalmente protegidas no Cerrado durante o período de 1999 a 2018, considerando as Unidades de Conservação, as Terras Indígenas e os Territórios Quilombolas. Para tanto, foram compilados focos de queimadas do Banco de Dados de Queimadas, administrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, sendo, na sequência, cotejados, quantificados e analisados segundo os limites das áreas legalmente protegidas. Os dados apresentados no trabalho retratam que, do total de 1.390.251 focos de queimadas entre o período de 1999 e 2018 no Cerrado, pouco mais 3% ocorreram no interior de Unidades de Conservação de Proteção integral; 5% em Unidades de Conservação de Uso Sustentável; 9,4% em Terras Indígenas e; 0,4% em territórios quilombolas, evidenciando a pressão do agronegócio junto às áreas legalmente protegidas.
Palavras-chave: Fogo; Incêndios; Unidades de Conservação; Terras Indígenas; Territórios Quilombolas.