O carste se desenvolve sobretudo pela ação da dissolução em subsuperfície, na interação da água com rochas solúveis, especialmente as carbonáticas. Apesar do processo de carstificação nem sempre se apresentar em superfície, a ocorrência de dolinas, feições consideradas características, indica maior proeminência desse fenômeno. Muitos trabalhos internacionais se dedicaram ao mapeamento de dolinas com objetivos diversos, como comparar o nível de carstificação e evolução dos ambientes onde estão inseridas, relacionar o desenvolvimento destas feições com estruturas geológicas ou realizar análises hidrológicas de caráter ambiental. Por outro lado, são poucos os trabalhos com esta temática realizados no Brasil, parte concentrada em regiões cársticas tradicionais, como o Vale do Ribeira-SP, Chapada Diamantina-BA e nos carbonatos de Minas Gerais, e os demais dispersos pelo país, muitos em rochas não carbonáticas. Neste sentido o objetivo deste artigo é realizar uma revisão dos trabalhos sobre mapeamento de dolinas, com enfoque nos aspectos morfométricos e quantificação, visando especialmente elaborar um primeiro panorama sobre como o tema é abordado no Brasil. Observou-se que a maior parte dos estudos nacionais alcançou resultados de frequência (nº/km²) bastante inferiores aos identificados em estudos internacionais. Essa discrepância foi atribuída a alguns aspectos, como a adoção de fontes de dados inadequadas em escala abrangente, a escolha de áreas muito extensas para a análise ou de fato a investigação em áreas pouco propícias a ocorrência de dolinas. An Overview of Doline Mappings in Brazil, Karst's Elemental Features A B S T R A C TKarst develops mainly by the action of dissolution in subsurface, in the interaction of water with soluble rocks, especially carbonates. Although the karsification process does not always appear on the surface, the occurrence of dolines, features considered characteristic, indicates a greater prominence of this phenomenon. Many international works have been devoted to the mapping of dolines with different objectives, such as comparing the level of karsification and evolution of the environments in which they are inserted, to relate the development of these features to geological structures or to perform environmental hydrological analyzes. On the other hand, there are few studies on this subject in Brazil, concentrated part in traditional karst regions such as Vale do Ribeira-SP, Chapada Diamantina-BA and carbonates of Minas Gerais, and the others scattered around the country, many in non-carbonate rocks. In this respect, the objective of this article is to review the work on doline mapping, with a focus on morphometric aspects and quantification, aiming in particular to elaborate a first overview about how the theme is approached in Brazil. It was observed that most of the national studies reached frequency results (n°/km²) much lower than those identified in international studies. This discrepancy was attributed to some aspects, such as the adoption of inadequate data sources in a wide scale, the choice of very extensive areas for analysis or indeed the investigation in areas less favorable to the occurrence of dolines.Keywords: karst; doline; density.