Resumo
Objetivo Traçar um panorama atual da cirurgia de Bristow-Latarjet no Brasil.
Materiais e Métodos Estudo transversal no qual um questionário eletrônico com 26 perguntas sobre aspectos de formação, técnica cirúrgica, complicações e manejo pós-cirúrgico foi enviado a membros ativos da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC).
Resultados Entre 20 de abril e 12 de maio de 2021, o questionário foi enviado a 845 especialistas, e obteve-se 310 respostas completas. Durante a especialização, a maior parte dos especialistas participou de até dez procedimentos de Bristow-Latarjet. A complicação mais frequente foi a fratura do enxerto, e a dificuldade técnica, o posicionamento dos parafusos. Ao todo, 50,6% já tiveram complicações no intraoperatório; 73,9% já tiveram complicações no pós-operatório; 57,1% fazem a sutura do subescapular; 99,7% indicam a imobilização no pós-operatório; e 61,9% consideram a consolidação do enxerto fundamental.
Conclusão A maior parte dos especialistas participou de até dez procedimentos de Bristow-Latarjet durante a especialização, mas 13,5% se formaram sem ter participado de nenhuma cirurgia. A complicação mais frequente foi a fratura do enxerto. A dificuldade técnica mais frequente foi o posicionamento dos parafusos. Imobilização no pós-operatório é a preferência da maioria dos participantes, que consideram fundamental a consolidação do enxerto para o retorno ao esporte. O maior número de complicações ocorreu com especialistas que obtiveram o título de 11 a 15 anos atrás. A região Sudeste é a maior formadora de especialistas e onde está concentrada a maior parte deles.