Resumo:Evidências geológicas e geomorfológicas de atividade neotectônica têm sido crescentes em diversas áreas do nordeste brasileiro, apesar dessa região ser considerada como tectonicamente estável, dada sua localização na margem passiva da placa Sulamericana. Grande parte desse registro neotectônico ocorre na Bacia Paraíba, caracterizada por altos e baixos topográfi cos e por sistemas de drenagem com feições anômalas. Publicações prévias propuseram que cursos fl uviais terminais desta bacia, como é o caso dos rios Paraíba e Mamanguape, estão confi nados a grabens. Porém, faltam dados geológicos e geomorfológicos que comprovem essa interpretação. Este trabalho reúne informações estratigráfi cas de subsuperfície com dados morfoestruturais que permitem sustentar a hipótese de controle neotectônico no desenvolvimento dos cursos terminais dos rios Paraíba e Mamanguape. Para isso, a análise morfoestrutural derivada de produtos de sensoriamento remoto foi integrada com a correlação estratigráfi ca regional com base em dados de subsuperfície. A análise morfoestrutural revelou lineamentos compatíveis com a orientação de estruturas tectônicas regionais dominantes no nordeste brasileiro, bem como uma variedade de anomalias de drenagem. A correlação estratigráfi ca mostrou variações expressivas nas espessuras dos estratos sedimentares em curtas distâncias, que são sugestivas de falhas. Atividades tectônicas teriam ocorrido no Neógeno, ou seja, durante a deposição da Formação Barreiras, bem como no Quaternário tardio, após a deposição dos Sedimentos Pós-Barreiras. Portanto, o mais provável é que o estabelecimento dos vales fl uviais dos rios Paraíba e Mamanguape tenha ocorrido em grabens formados por reativações de falhas pré-existentes no embasamento précambriano.