Neste artigo, pretendo trazer os movimentos investigativos, práticos e subjetivos constitutivos de um trabalho autoetnográfico (DENSHIRE, 2011; ELLIS E BOCHNER, 2003) de uma dançarina-linguista-falante verbal que se propõe a documentar presenças em situações interativas cotidianas variadas. Nele, darei ênfase ao trabalho de investigação no universo do autismo a partir da observação, imersão e registro junto a umainstituição de convivência de crianças autistas. A proposição de documentar presenças, inspirada no trabalho de Fernand Deligny (1913-1996), emerge do próprio trabalho de campo e mobiliza questões que considero importantes para minha prática investigativa que se inscreve, de forma geral, nas tentativas de compreender o corpo, a linguagem e o mundo material nas interações humanas (STREECK, GOODWIN, LEBARON, 2011; MONDADA, 2016).