A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença endêmica de caráter mundial e de grande importância para a Saúde Pública, transmitida através das picadas da fêmea do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, conhecido como mosquito-palha. Possui elevada taxa de óbitos em humanos e animais, sendo de alta ocorrência no Estado do Ceará. Objetivou-se neste trabalho realizar um estudo epidemiológico e sua correlação social acerca da incidência da LVC no município de Fortaleza, com coleta de dados em vários bairros da região, que são realocadas em regionais de I a XII, através do projeto da Prefeitura de Fortaleza chamado de VetMóvel, além de realizar uma correlação entre o número de habitantes e animais abandonados. Foi realizado o teste de triagem para leishmaniose (TR-DPP) em 12.132 animais, referente ao período de Junho de 2018 a Março de 2021, obtendo um resultado positivo de 1,3%. A casuística foi mais observada nos meses com aumento de densidade pluviométrica e nas regionais V e VI, corroborando com estudos anteriores. A quantidade de animais abandonados atingiu uma taxa de 150 mil, obtendo o maior número de casos em regiões com média financeira de meio salário mínimo. É importante projetos governamentais para o controle de doenças em animais para que se tome medidas profiláticas necessárias não só para outros animais sadios como em humanos também. Ressalta-se, ainda, que os animais soro-reagentes não são os principais contribuintes para a disseminação da doença, incluindo condições socioeconômicas e ambientais como fatores predisponentes.