Lesões orais associadas ao uso de próteses dentárias: uma revisão da literatura

Abstract

Apesar dos avanços na Odontologia, ainda há uma incidência de perdas dentárias, principalmente nos idosos, constituindo um problema de saúde pública. Um dos instrumentos importantes para a reabilitação oral é a prótese, que tem como finalidade reabilitar zonas desdentadas. As consequências do uso inadequado e má higienização de próteses removíveis podem afetar na cavidade oral devido ao acúmulo de microrganismos ou advindas de uma má adaptação, gerando traumatismos sobre os rebordos alveolares. Assim, o objetivo deste estudo é destacar as principais lesões que acometem a cavidade oral decorrentes da má adaptação e pela deficiência de higienização. O estudo trata-se de uma revisão de literatura narrativa, desenvolvida por meio de um levantamento nas bases de dados eletrônicas PubMed, Scholar Google e SciELO. A estratégia de busca se deu por meio dos DeCs “Prótese dentária”, “Manifestações bucais” e “Lesões”, nos idiomas inglês, espanhol e português. Como critérios de elegibilidade, foram selecionados 20 artigos que possuem temática compatível com os objetivos propostos deste trabalho, excluindo todos os outros. A negligência com à higiene da prótese ou má adaptação pode causar lesões orais, uma vez que é um ambiente propício para proliferação e sobrevivência de microrganismos orais e formação de biofilme. Dentre as patologias mais comuns, pode-se destacar: hiperplasia inflamatória, úlcera traumática, queilite angular e estomatite protética. Conclui-se que a prótese é importante para reabilitar pacientes edêntulos que perderam suas funções essenciais. Contudo, é imprescindível um acompanhamento e uma boa instrução do Cirurgião-dentista sobre higienização oral, além de um ajuste adequado da prótese.

Principais lesões orais relacionadas ao uso de próteses dentárias

“…Mesmo com os avanços na Odontologia restauradora, ainda há incidência de perdas dentárias na população, principalmente em idosos. A dominância do uso de aparelhos protéticos vem associada a esse grupo principalmente em baixos níveis socioeconômicos (Oliveira & Melo, 2021;Silva et al,2021;Rebouças, 2020). Dessa forma, as próteses dentárias são os instrumentos mais importantes para a reabilitação oral das áreas edêntulas, podendo ser totais ou parciais, removíveis ou fixas, sempre com o objetivo de deixar a função oral satisfatória (Oliveira & Melo, 2021;Silva et al, 2021;Trindade et al, 2018).…”

“…Neste contexto, torna-se importante a realização de exame clínico e radiográfico completo da cavidade oral para então se programar o planejamento do tratamento. Nesses exames alguns fatores como condições sistêmicas, funcionalidade da articulação temporomandibular e higiene bucal devem ser considerados para condução de um tratamento eficaz (Freire et al, 2021;Oliveira & Melo, 2021;Silva et al, 2021;Rebouças, 2020;Trindade et al, 2018).…”

“…A etiologia do edentulismo ocorre especialmente devido ao surgimento de cáries, traumatismos e a doença periodontal, podendo estar correlacionada a maus hábitos de higiene oral do paciente, a falta de informação sobre a higienização correta, e também devido às patologias sistêmicas e ao fluxo salivar diminuído (Silva et al, 2021;Trindade et al, 2018). Além da finalidade da substituição das áreas edêntulas, a reabilitação protética fornece ao paciente melhora e otimização das funções mastigatórias, fonéticas e estéticas, devolvendo ao paciente uma melhora de qualidade de vida (Oliveira & Melo, 2021;Silva et al, 2019).…”

“…As lesões podem apresentar diversos aspectos clínicos e fatores etiológicos, geralmente relacionados ao uso incorreto das próteses dentárias (Oliveira & Melo, 2021). Assim, a cavidade oral fica propicia a responder aos estímulos do uso de próteses mal adaptadas ou mal higienizadas pelo paciente (Silva et al, 2021;Silva et al, 2019).…”

“…A mucosa oral responde por meio de inflamação dos tecidos que são apoiados às próteses, levando ao aparecimento de lesões, tais como estomatite protética, úlceras traumáticas, queilite angular, hiperplasias inflamatórias e candidose (Oliveira & Melo, 2021;Silva et al, 2021;Rebouças, 2020;Oliveira et al, 2019;Silva et al, 2019;Trindade et al, 2018).…”