A etnomicologia estuda a relação entre homem e fungo, buscando abordar de que modo os aspectos ambientais e socioeconômicos podem afetar o conhecimento e uso dos recursos fúngicos de uma determinada comunidade. Nesta perspectiva, este estudo teve como objetivo realizar um levantamento sobre o conhecimento popular a respeito de macrofungos presentes em quintais urbanos em Benjamin Constant (AM). Para tal, foram selecionados aleatoriamente 20 propriedades no bairro Castanhal, onde foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com suporte de álbum fotográfico previamente confeccionado com espécies locais. As informações resultantes das entrevistas foram filtradas, tabuladas e avaliadas a partir de estatística descritiva e exploratória com auxílio dos programas Excel® v. 2019 e SigmaPlot® v. 11. Foi registrada a presença de 360 macrofungos distribuídos em 19 famílias, das quais aproximadamente 95% pertenciam ao filo Basidiomycota e apenas 5% ao filo Ascomycota. Foram entrevistadas 20 pessoas, com predominância de público feminino (80%) e faixa etária variando de 25 a 60 anos. A percepção dos moradores quanto aos macrofungos presentes em seus quintais foi diversa, entretanto, a maioria (45%) os classificaram como doenças de plantas. De modo geral, o conhecimento a respeito das aplicabilidades e importância ecológica dos fungos é fundamental para a manutenção da biodiversidade. Contudo, os resultados demostram que os moradores do bairro Castanhal, desconhecem a importância dos macrofungos e os associam a coisas nojentas e danosas. Desse modo, é fundamental que ações voltadas para a divulgação e popularização do papel desses organismos no ambiente sejam realizadas, contribuindo desse modo, para a conservação da biodiversidade fúngica.