Introdução: A esquistossomose mansônica é uma doença de grande relevância para a saúde pública, sendo transmitida em ambientes hídricos por moluscos das espécies Biomphalaria glabrata, B. straminea e B. tenagophila. A ocorrência de períodos de chuvas pode influenciar na quantidade de Biomphalaria, contribuindo para a propagação da enfermidade. Através do levantamento malacológico, é possível avaliar o risco de estabelecimento da esquistossomose. Objetivos: Coletar moluscos em locais hídricos em Formiga-MG, com o intuito de identificar as espécies e analisar se estavam contaminados com larvas de trematódeos, além de verificar o impacto das chuvas na população de moluscos. Metodologia: Entre março de 2021 a fevereiro de 2023, foram realizadas coletas de moluscos, utilizando pinças metálicas e peneiras, em uma região hídrica de Formiga-MG. Os moluscos foram transportados ao laboratório do UNIFOR-MG e identificados através das características morfológicas. As cercárias emergentes foram identificadas baseadas em parâmetros morfológicos. Resultados: Foram coletados 2038 moluscos compreendendo as espécies: B. glabrata, B. tenagophila, Physa marmorata, Lymnaea columella, Melanoides tuberculata, Omalonyx sp. e Drepanotrema sp. Dentre esses, cinco moluscos da espécie B. glabrata apresentou positividade para cercárias de S. mansoni, enquanto doze exemplares de P. marmorata estavam positivos para Echinostoma sp. Conclusão: Através da investigação da malacofauna, foi possível identificar a presença de moluscos transmissores da esquistossomose na região e outros moluscos liberando larvas de trematódeos de interesse médico veterinário. A ocorrência de chuvas contribuiu para a diminuição do habitat favorável aos moluscos, resultando em um decréscimo em sua população.