Os lixões a céu aberto são causadores de grandes impactos ambientais. Entretanto, são nesses ambientes que surge uma classe de trabalhadores que meio a tanta poluição, mas muita criatividade, conseguem enxergar no lixo o seu sustento de vida, tornando-se além de tudo, verdadeiros agentes ecológicos. Assim, objetivou-se com este trabalho analisar a atividade dos catadores de resíduos do lixão municipal e os fatores impactantes nas escalas social e econômica no município de Monteiro-PB. O trabalho foi realizado com os catadores de lixo no lixão municipal de Monteiro-PB. A coleta de dados deu-se através de visitas realizadas no lixão e nas secretarias de planejamento e urbanismo, e assistência social para coleta de dados sobre o histórico e características do lixão, e por meio da aplicação de questionários semiestruturados e entrevistas aos catadores de lixo. Na análise dos dados coletados, optou-se pela metodologia quantitativa conjugada com a qualitativa, através da geração de gráficos e tabelas do software Excel 2010® e da análise descritivas das falas dos atores chaves. Os atores sociais da pesquisa são predominantemente do sexo feminino, representando 82,35% do universo total. As idades dos informantes variaram de 19 a 60 anos. 64,71% são naturais de Monteiro e 35,29% de municípios circunvizinhos. 47,06% dos catadores não concluíram o ensino fundamenta I, 23,54% declararam-se como analfabetos e nenhum catador concluiu o ensino médio. Os dados apontam que o tempo que a maioria dos entrevistados desempenham a função de catador varia entre 6 e 10 anos. Quase todos os catadores afirmam que a renda tirada do trabalho é insuficiente para sustentar a família. Os catadores não usam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) no exercício do trabalho, sendo os acidentes mais frequentes os pequenos cortes (8 citações), cortes com gravidade superior (7 citações) e cortes originários de prego e ferro velho (4 citações). Os ricos mais citados foram a aquisição de qualquer tipo de doença (10) e de problemas respiratórios (6). 5,88% dos catadores afirmam ter contato com o lixo hospitalar. Os recicláveis destacados pelos catadores como os mais vendidos são: pet, papelão, alumínio e plástico duro. Portanto, ações como as projetadas no projeto “Reciclando Vidas”, que objetiva de melhorar a atividade de reciclagem de resíduos no município e promover melhores condições de trabalho para os catadores juntamente com a construção do aterro sanitário contribuem para um avanço na dimensão, social, econômica e ambiental o que acarretará uma evolução nos indicadores de sustentabilidade no Município e região.