Introdução. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um dos principais causadores de mortes e incapacidades no mundo. A instalação dessas incapacidades resulta em limitação da mobilidade, refletindo negativamente na autonomia, independência e participação social. Objetivos. Identificar a mobilidade espaço de vida em indivíduos pós-AVC crônico da comunidade, descrever aspectos relacionados ao comprometimento motor e funcionalidade desses indivíduos e analisar quais os aspectos motores, funcionais e cognitivos estão relacionados com a mobilidade espaço de vida dessa população. Método. Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido no município de Araranguá-SC, entre julho de 2017 a dezembro de 2018. Os instrumentos utilizados foram: Life Space Assessment (LSA); Escala de Fugl-Meyer (EFM); Medida de Independência Funcional (MIF); Functional Ambulation Category (FAC) e Escala de Rankin Modificada (ERM). Resultados. Foram avaliados 71 indivíduos pós-AVC. Foi observado que no nível 2 da LSA, 26 indivíduos eram dependentes (14,15±8,83 pontos) e 45 indivíduos eram independentes (48,15±19,57 pontos; ρ<0,001). No nível 3 da LSA, 36 indivíduos eram dependentes (17,05±9,18 pontos), enquanto 35 indivíduos eram independentes (54±16,72; p=0,002). Correlações significantes foram encontradas entre a LSA e as variáveis do estudo, com correlações moderadas entre LSA e EFM (ρ=0,42; p<0,01), FAC (ρ=0,60; p<0,01) e ERM (ρ=-0,65;p<0,01) e correlações altas entre LSA e MIF (ρ=-0,70;p<0,01). Conclusões. Mais da metade dos indivíduos mostrou-se dependente no espaço de vida em áreas próximas a sua residência. Além disso, o espaço de vida esteve diretamente relacionado com o comprometimento motor, marcha e independência funcional.