RESUMOObjetivos: comparar as características de mastigação e deglutição em idosos com e sem Doença de Alzheimer (DA). Método: estudo comparativo desenvolvido com 86 idosos, na faixa etária entre 60 e 93 anos, de ambos os sexos, distribuídos nos grupos controle (sem DA, n=43) e experimental (com DA, n=43). A função cognitiva e o estadiamento da DA foram avaliados por meio da aplicação da CDR (Clinical Dementia Rating). Para a caracterização da mastigação e deglutição foi aplicado o protocolo de avaliação miofuncional orofacial. Resultados: as características de mastigação e deglutição sofreram variações importantes quando comparados os dois grupos. Houve diferença significante para movimentos mandibulares, reflexo de deglutição, deglutições múltiplas, presença de resíduos e dificuldade para ingerir comprimidos. Conclusões: as características de mastigação e deglutição, de maneira geral, sofrem maior comprometimento nos idosos com DA, quando comparados a idosos saudáveis. Conflito de interesses: inexistente crescente incidência de doenças crônico-degenerativas, dentre elas, a Doença de Alzheimer (DA)². Assim, surge a preocupação da comunidade científica com a qualidade de vida da população idosa, criando novas demandas por intervenção especializada, como é o caso da Fonoaudiologia.
DESCRITORES:A Doença de Alzheimer é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva que causa perda da memória e altera funções intelectuais superiores, levando, no curso de sua evolução, a uma situação de incapacidade e total dependência. Em virtude de sua incidência e natureza devastadoras, caracteriza um importante problema de saúde pública em todo o mundo³. Por ser uma doença grave e ainda sem cura, gera múltiplas demandas e altos custos financeiros, o que representa um novo desafio para o poder público, instituições, profissionais de saúde, aliás, para todos. A DA caracteriza-se por degeneração que acomete inicialmente a formação hipocampal, o centro de memória de curto prazo. Posteriormente, atinge áreas corticais associativas, havendo relativa preservação dos córtices primá-rios. Compromete a memória, afeta a orientação, atenção, linguagem, capacidade para resolver problemas e habilidades para desempenhar as atividades da vida diária 4 .
INTRODUÇÃOO envelhecimento da população mundial é incontestável. No Brasil, o crescimento da população geriátrica constitui um grande desafio para a saúde pública. Enquanto a população brasileira crescerá 3,22 vezes até o ano 2025, o segmento acima de 65 anos aumentará 8,9 vezes, e o acima de 80 anos, 15,6 vezes. Projeções indicam que em 2025, ocupará o 6º lugar entre os países com mais idosos no mundo¹. A transição demográfica vem sendo acompanhada por uma transição epidemiológica, que tem como principal característica a