Na Amazônia, as condições naturais de baixa fertilidade e elevada acidez dos solos impõem grandes desafios para a manutenção da produção agrícola. Nessas circunstâncias, a matéria orgânica é essencial para a qualidade dos solos, influenciando seus atributos físicos, químicos e biológicos. O aporte constante de biomassa em uma floresta promove a ciclagem de nutrientes, disponibilizando, em parte, os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas. O mesmo não ocorre na agropecuária, em que a remoção da cobertura vegetal e a falta de manejo adequado afetam consideravelmente a sustentabilidade dos sistemas de produção. O objetivo deste trabalho foi, portanto, ressaltar a importância da matéria orgânica para a conservação dos solos da Amazônia, destacando os impactos do desmatamento sobre a qualidade do solo e aspectos relevantes para a sua recuperação. Para isso, foram consultados artigos científicos indexados em bases de dados online nos últimos quinze anos, além de livros, dissertações, teses e publicações técnicas. A implantação de sistemas agroflorestais destaca-se como opção para a recuperação de áreas degradadas na Amazônia, ainda que existam diversos desafios para o seu uso, como a falta de informações acerca de quais espécies utilizar em cada situação. A recuperação de solos degradados exige projetos específicos que levem em conta, entre outros aspectos, o uso de espécies-chave para garantir o êxito deste processo, sendo necessários estudos que avaliem o desempenho das espécies melhor adaptadas às diversas condições de clima e solo das áreas a serem recuperadas.