Em vista à importância da dinâmica de matéria orgânica para a ecologia florestal, o presente trabalho analisou a influência topografia sobre os processos de produção e estocagem de serapilheira em área de Floresta Atlântica Ombrófila pertencente ao PARNA-Tijuca, RJ. A pesquisa englobou aspectos da vegetação, a produção, redistribuição e estocagem de serapilheira, além de características do solo como presença de matéria orgânica e fertilidade. Tais variáveis foram comparadas entre as condições de divisor de drenagem, alta e baixa encostas e o fundo de vale. O divisor de drenagem destaca-se apresentando vegetação mais baixa, com dossel um pouco mais aberto, maior densidade de indivíduos e favorável às palmeiras, em comparação às demais áreas. As variações encontradas na estrutura da vegetação não se materializaram em diferenças significativas entre as posições na encosta em relação à massa de detritos orgânicos aportados ao solo durante um ano. A redistribuição de serapilheira pela topografia é essencialmente associada ao momento da queda dos detritos, e o material já depositado no solo também pode ser mobilizado para o movimento encosta abaixo. Condicionadas pelo gradiente de umidade vinculado à topografia, taxas de decomposição diferenciadas resultam em estoques de serapilheira significativamente menos espesso no fundo de vale onde a decomposição é mais rápida. O divisor de drenagem, menos úmido, apresenta estoque mais espesso. Os estoques foram similares e intermediários na alta e baixa encosta. Como provável reflexo da decomposição mais lenta da serapilheira, o divisor de drenagem apresentou pior condição de fertilidade, com alta acidez e presença de alumínio.