Assumo a prioridade da leitura de Exercícios críticos sobre leitura, letramento e literatura, privilégio concedido pelas organizadoras, Professoras Erica Bastos e Mônica Gomes, líderes do Grupo de Pesquisa e Extensão LEIA e do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, com alegria, curiosidade intelectual e disponibilidade para conhecer a partilha: uma coletânea de artigos, resultado do trabalho de pesquisa tecido com estudantes orientandos dos Cursos de Pedagogia e de Letras, respectivamente, e que deriva dos temas que constituem as linhas de pesquisa que coletivamente assumem: Leitura, Literatura e Direitos Humanos e Literatura e Identidades Inventadas.Afetada pela epígrafe que marca a abertura do livro, assinada pelo mestre Antonio Candido, singular inspirador do grupo, li, de modo infatigável, (e não poderia ser diferente) o que me foi dado. Da multidão de sentidos gerados, dedico-me, inicialmente, a ler sobre o ler, por reconhecer esse gesto como a essência do livro, como ato que governa e dá sentido à dinâmica empreendida pelas Professoras no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão universitária, e que, ora, ressoa e, se materializa, conotando uma prática metacognitiva e, sobremodo, compromisso profissional e filiação a grupos de estudiosos que defendem o ler como ato permanente e invariável da nossa constituição, da nossa resistência, da nossa liberdade e, como tal, prescinde que se mantenha no rol dos direitos perenes que são de todos.A acertada opção pelo gesto, que se revela de modo explícito ou subjacente nos fios de palavras que tecem toda sorte de título que compõe os artigos, contribui para a admissão de que, nos diferentes tempos-espaços de formação dos estudantes de Pedagogia e Letras, as Professoras, com o consentimento e cumplicidade dos estudantes, mediaram situações que resultaram na produção, eleição, revisitação e reabilitação de sentidos, na intensificação de sensibilidades, na provocação de inquietações, na composição de questionamentos, na qualificação de opiniões, no aguçamento da crítica e da reflexão, na elaboração de argumentos, na firmação de contratos discursivos, no pronunciamento de contrapalavras, na ruptura de silêncios, na mobilização de ideias e ideais, enfim, mediaram situações que geraram o que a teoria vem apontando como aspectos típicos e imprescindíveis da formação de leitores. Constatação suficientemente importante não somente para validar as ações propostas e realizadas pelo GEP LEIA, mas, principalmente, para validar e recomendar a leitura do livro em tela.Há, contudo, outros aspectos a considerar e que a esse se agregam: o engenho de cada leitor, a multiplicidade de seus gestos, de suas escolhas, de suas preferências, de suas recusas, de seus critérios e propósitos, tudo quanto põe à mostra a heterogeneidade do ato de ler concretamente revelada nos motes definidos que, transfigurados em artigos, acrescentam mais sentidos à formação do estudante-pesquisador, alargam e renovam a bibliografia científica no campo da Leitura, do Le...