InTRODUÇÃOAnualmente são praticadas nos Estados Unidos da América cerca de 700.000 herniorrafias inguinais, gerando custos superiores a 2,8 bilhões de dólares 26 . Na Alemanha, cerca de 180.000 são diagnosticadas e tratadas anualmente 35 . No Brasil, a realidade é a mesma. As hernioplastias inguinais foram responsáveis por 500 mil operações realizadas entre 1993 e 1996 pelos cirurgiões do Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa 5,3% de todas opeerações realizadas. Isto significou naquele período gasto para os cofres públicos de cerca de 100 milhões de reais 25 . Aliado a isso, as hérnias acometem freqüentemente indivíduos na faixa etária em que são mais produtivos e ativos fisicamente, não raro incapacitando-o para suas atividades rotineiras, gerando importantes implicações sócio-econômicas.A alta incidência dessa doença faz das hernioplastias as operações mais comumente realizadas por cirurgiões gerais 35 .O tratamento da hérnia inguinal vem evoluindo bastante com o entendimento da anatomia, da fisiologia e, sobretudo da fisiopatologia. Os primeiros avanços significativos iniciaram-se com o advento dos materiais
ABCDDV/575Ettinger JEMTM, Santos-Filho PV, Amaral PCG, Fahel E. Técnica de Lichtenstein sob anestesia local em herniorrafias inguinais. ABCD Arq Bras Cir Dig 2007;20(4):283-9 RESUMO -Racional -Herniorrafia inguinal, um procedimento cirúrgico comum no mundo todo, representa um importante gasto para saúde pública.Variadas abordagens cirúrgicas e opções de procedimentos anestésicos estão disponíveis para o reparo das hérnias inguinais atualmente. O objetivo do presente trabalho consiste em revisar e avaliar o tratamento cirúrgico inguinal pela técnica de Lichtenstein sob anestesia local. Métodos -Dados de pesquisa constituíram-se de artigos científicos publicados e disponibilizados no site do PubMed (www.pubmed.gov). A revisão de literatura baseou-se no cruzamento dos seguintes descritores: herniorrafia inguinal, anestesia local e técnica de Lichtenstein. Cento e oito publicações relacionadas ao tema foram revisadas. Conclusões -A combinação entre anestesia local e o emprego da técnica livre de tensão de Lichtenstein para o reparo de hérnia inguinal primária demonstrou resultados positivos. A associação descrita mostrou reduções significativas na recorrência de hérnia inguinal e nas complicações pós-operatórias, assim como diminuição da dor crônica eventualmente presente em uma avaliação tardia. O melhor controle da dor pós-operatória imediata, a alta hospitalar precoce e o retorno às atividades laborativas podem ser atribuídos de maneira direta ou indireta às técnicas empregadas, refletindo na satisfação do paciente e em baixos custos para saúde pública. DESCRITORES -Herniorrafia inguinal. Anestesia local. Técnica de Lichtenstein.de síntese e prótese. O estudo e o entendimento do comportamento ultra-estrutural das fibras de colágeno e de sua análise bioquímica também foram muito importantes para a evolução das técnicas atuais 8 .Grandes avanços no tratamento das hérnias inguinais são notados desde ...