O espaço urbano é [re]produzido pela sociedade por meio de acúmulos de processos socioeconômicos que se materializam e se tornam visíveis na distribuição dos usos da terra urbana no interior das cidades. Essa distribuição expressa as contradições, as exclusões e as particularidades de cada zona do espaço urbano. O município de Santos possui um espaço urbano adensado e concentrado na área insular, o que gera um processo constante de refuncionalização urbana, uma supervalorização de localidades específicas e uma supressão das poucas áreas com vegetação. A esse respeito, o artigo teve como principal objetivo compreender como que o uso da terra urbana se distribui no município de Santos (SP), Brasil. Para isso, foi mapeada a distribuição dos principais tipos de atividades encontradas no espaço urbano do município. No mapeamento foram empregadas técnicas de geotecnologias de classificação manual de polígonos e o estimador de intensidade Kernel. Estão presentes usos misto (24,36%), residenciais (24,09%), zona portuária (12,83%), serviços (12,57%), espaços livres (1,75%), comerciais (1,35%), vazios urbanos (0,77%), industriais (0,26%) e 15,89% de áreas com algum tipo de vegetação. Os usos mistos se distribuem em diversas zonas da cidade, enquanto que os demais se concentram em zonas específicas, tais como a zona portuária e as atividades de serviço. Os produtos cartográficos gerados evidenciaram que as metodologias cartográficas são técnicas que permitem a interpretação de como os usos da terra urbanas estão distribuídos e, assim, contribuir com instrumentos de gestão socioambientais urbanas.