ruínas localizam-se no baixo curso da margem direita do rio Aquidauana, na cidade homôni-ma, no Mato Grosso do Sul. Cabe lembrar que Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão situados em regiões que foram disputadas entre as coroas portuguesas e espanholas e, por isso, foram palco de expedições, cidades coloniais, missões religiosas, assaltos bandeirantes, monções, minas de ouro e diamantes, fortificações e conflitos como a Guerra do Paraguai. Em parte, testemunhos destes acontecimentos podem ser vistos em cidades históricas como Corumbá e Miranda, no Mato Grosso do Sul, assim como Vila Bela, Cuiabá e Cáceres, no Mato Grosso.Desafortunadamente, nem sempre o papel desempenhado pelos povos indígenas nestes acontecimentos tem sido apresentado de forma consistente, haja vista que o índio geralmente entra em cena como um mero figurante nesta história de conquistas, sendo que essa situação não se restringe às regiões mencionadas acima, mas se estende por todas as regiões do Brasil. No entanto, sabemos que resistir até o presente diante das epidemias e das atrocidades cometidas pelos europeus e, ao mesmo tempo, garantir o seu modo de vida e a manutenção de seus territórios exigiu um grande esforço por parte das populações indígenas que nada têm a ver com a passividade relatada em muitos livros de história. Além disso, muitos destes relatos apresentam estas populações de forma genérica, tirando delas a particularidade das suas identidades e histórias. Para Manuela Carneiro da Cunha (1998:20): o Brasil, vários autores têm conduzido suas pesquisas arqueológicas no sentido de contribuir para o entendimento das trajetóri-as históricas e dos processos de continuidade e mudança cultural vividos pelas populações indígenas arqueológicas, históricas e atuais (p.ex.