<b> A imagem corporal na ótica de mulheres após a mastectomia / Body image in optics of women after mastectomy <b>

Abstract

RESUMOEste trabalho teve como objetivo conhecer a percepção e os sentimentos de mulheres mastectomizadas acerca de sua imagem corporal. Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo descritivo, realizado com sete mulheres diagnosticadas com câncer de mama e submetidas à mastectomia em algum período de suas vidas. Utilizou-se a entrevista aberta como técnica de coleta de dados e aplicou-se a proposta operativa para análise dos dados. A mastectomia corresponde a um momento difícil na vida de uma mulher, o qual implica em sofrimento e mudanças relevantes. A percepção das mulheres que realizaram mastectomia, em relação à sua imagem corporal, resulta do processo vivido desde o momento do diagnóstico, da revelação da necessidade da mastectomia e das vivências do cotidiano. Todos estes aspectos podem implicar na aceitação da nova imagem corporal. Conclui-se que as mulheres modificaram a maneira como percebiam seus corpos, manifestando, inicialmente, estranhamento, tristeza, choro, ansiedade, dor, além da diminuição da autoestima, refletindo em uma imagem corporal negativa. Todavia, elas utilizaram estratégias de superação que fortaleceram a autoestima e, consequentemente, auxiliaram positivamente na reconstrução da imagem corporal.Palavras-chave: Imagem corporal. Mastectomia. Neoplasias da mama. Enfermagem. INTRODUÇÃOO câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. É o segundo tipo mais frequente, precedido somente pelo câncer de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos novos casos a cada ano. No ano de 2016, previase o surgimento de 57.960 novos casos de câncer de mama no Brasil (1) . O tratamento instituído, geralmente, é considerado de caráter agressivo, pois combina diferentes modalidades, as quais podem gerar diversos efeitos indesejados e traumatizantes.Embora existam diferentes métodos terapêuticos voltados para o câncer de mama, o tratamento mais usual é a mastectomia, especialmente no Brasil, onde a doença é diagnosticada em estágios mais avançados (2) . A mastectomia é responsável por alterações na feminilidade da mulher, devido a mutilação que esta causa na mama (3) . Além disso, pode provocar alterações físicas, como dores na região cirúrgica, limitação do braço no lado da cirurgia, edema, linfedema e lesão nervosa (4) , que afetam os hábitos de vida da mulher, causando sentimentos de incapacidade e frustração (5) . Esse processo da mastectomia pode contribuir para que a mulher vivencie traumas de ordem emocional, física e social relacionados diretamente à sua imagem corporal (3) . Nessa perspectiva, a mastectomia altera a imagem corporal construída ao longo dos anos, a qual se constitui como resultado de experiências e vivências, e que traz consigo traços característicos de toda a vida (6) . A imagem corporal refere-se, neste estudo, ao modo como individuo percebe seu próprio corpo e a sua aparência física, considerando a representação mental acerca de sua forma, tamanho e características, bem como atitudes que revelem comportamentos e sentimentos relativos a satisfaç...

A força e a coragem de pensar positivamente: percepções de mulheres jovens em tratamento oncológico

“…Destarte, o tratamento oncológico pode resultar emalterações relevantes na aparência física das mulheres, sendo este fatoevidenciado como importante causa de dor física e psicológica, uma vez que a visualização de perdas de partes corporais agrava sentimentos de incerteza quanto ao futuro e medo da morte (8) .Apesar do avanço tecnológico e das práticas da medicina para tratamento do câncer, esta doença ainda é fortemente atrelada à incapacidade de cura ou à finitude da vida. Por essa razão, as pessoas acabam procurando alternativas a fim de adquirirem força para enfrentar os desafios impostos pela terapêutica, e novos caminhos são seguidos, fortalecidos ou estimulados (9) .…”

Diagnósticos De Enfermagem Baseados Na Repercussão Do Câncer Mamário E Mastectomia

“…(1) Em contrapartida, a sociedade civil organizada cria opções que fornecem apoio às mulheres vitimadas pelo câncer de mama, através da abertura de espaços físicos que lidam com serviços de atenção biopsicossocial, as chamadas Organizações Não Governamentais (ONGS), localidade de suporte às mulheres em processo de adoecimento, bem como meio capaz de resgatar o bem-estar individual e coletivo. (5) Analisar a repercussão da neoplasia mamária, mastectomia e a contribuição do diagnóstico de Enfermagem nessa área fundamenta a relevância da pesquisa, pois suscita a necessidade de incorporação do processo de Enfermagem nos mais diversos âmbitos e níveis do cuidado. A assistência pautada em diagnósticos de enfermagem pode ser mais resolutiva às mulheres que possuem essa condição de saúde, ao passo que culmina na integralidade do cuidado para o controle da doença e/ou a reabilitação física, emocional e social das mulheres de acordo com as diretrizes que pre- A assistência prestada pela ONG Amigas do Peito é feita por meio de encontros semanais, toda terça-feira à tarde para desenvolver oficinas de arte terapia, acolhimento, atividades de socialização e conversas para esclarecimento do diagnóstico e tratamento do câncer de mama.…”

“…A forma como este transmite a notícia interfere diretamente na relação da paciente com o próprio diagnóstico. (5) Enferm Foco. 2023;14:e-202317…”

“…São influenciadas pelas condições psicossociais. (5) A mastectomia pode provocar consequências psicológicas de teor temporário ou permanente na vida da mulher, haja vista que a remoção mamária, mesmo acompanhada da reconstrução, pode afetar à imagem corporal feminina.…”

Imagem Corporal e Habilidades Sociais em pacientes com câncer de mama

“…Esse comprometimento da imagem corporal parece ser menor ou ser superado quando as mulheres conseguem ressignificar sua imagem e sexualidade (Gazola, Bredow, Pivetta, & Braz, 2017), usam estratégias de enfrentamento focadas no problema, visando o fortalecimento e reconstrução positiva dessa imagem (Almeida et al, 2015;Timm et al, 2017) e recebem apoio continuado de uma equipe multidisciplinar (Guedes, 2016). Somam-se a esses recursos, um repertório elaborado de habilidades sociais (HS), pois ao proporcionar ao sujeito maior probabilidade de sucesso na interação social, lhe garante um nível maior de autoconfiança (Murta, 2005;Pellegrini, Calais, & Salgado, 2012).…”