Este artigo visa problematizar a participação de poetas na Copa do Mundo de Slam, campeonato mundial que ocorre anualmente em Paris. Em específico, pretende-se discutir questões de gênero, raça e decolonialidade nas performances poéticas de Bell Puã, slammer representante brasileira no evento de 2018, contrastando-as com outras performances de poetas europeus, brancos, cis, colonizadores, do Norte Global. Buscamos ainda defender o artivismo e o combarte como movimentos que envolvem os eventos de slams brasileiros e, por extensão, da América Latina e do Sul Global. Esta pesquisa, de cunho etnográfico, foi realizada in loco, no Grand Poetry Slam da França, em 2018 e em 2023, e no World Poetry Slam Championship (WPSC), campeonato mundial de slam realizado na Festa Literária das Periferias (FLUP), no Rio de Janeiro, em 2023. Os textos poéticos performados lá e cá revelam diferenças estéticas e, sobretudo, éticas, nas temáticas abordadas, o que se deve a fatores históricos, culturais e (geo)políticos que separam Norte e Sul Global.