Na porção sul do Brasil, especialmente na região denominada Distrito Mineiro de Salto do Jacuí (Rio Grande do Sul), localizam-se os maiores depósitos mundiais de ágata, associados às rochas vulcânicas cretáceas da Formação Serra Geral, Bacia do Paraná. A ágata é uma variedade de calcedônia com bandamento, onde as bandas se dispõem de forma concêntrica ou paralela no interior de cavidades denominadas geodos. Na região, ocorre a valorizada ágata denominada Umbu, de cor azul escura e com elevada microporosidade que a torna adequada para tingimento com corantes. Neste trabalho procurou-se caracterizar a ágata sob o ponto de vista químico, isotópico e petrográfico por meio de técnicas analíticas diversas. Verifica-se que a temperatura de formação das ágatas varia de 23° a 65°C com base em isótopos de oxigênio. Estas temperaturas estão relacionadas com vários parâ- metros, tais como o teor total de sílica, a presença de impurezas (como o Fe2O3), o teor de água na estrutura e a cristalinidade. As amostras analisadas caracterizam-se por diferenças marcantes nos teores de elementos maiores e traços, na temperatura de cristalização e na cristalinidade, o que indica que apesar de serem ágatas provenientes de uma mesma região, ocorrem variações no seu processo de cristalização. Isto resulta nas diferentes estruturas e colorações apresentadas pelas ágatas da região de Salto do Jacuí.