IntroduçãoA seqüestração pulmonar (SP) é massa de tecido pulmonar anormal que usualmente não mantém comunicação com a árvore traqueobrônquica e cujo suprimento sangüíneo é proveniente de arté-ria anômala derivada da circulação sistêmica 1.2 .A sua etiologia não é consensual. Há duas hipóteses mais prováveis 1,3 : formação e migração caudal de broto pulmonar supranumerário que acompanha o esôfago, ou deficiência vascular pulmonar primária justificando a persistência de circulação colateral sistêmica. A primeira explicaria a notória preferência pela localização no hemitórax esquerdo e, mais freqüentemente, no seu terço inferior. Já a segunda justificaria a persistência de suprimento sangüíneo anômalo.Existem duas formas de seqüestração broncopulmonar: a intralobar (SPI) e a extralobar (SPE). A SPI é mais encontrada em crianças, representando 70% dos casos nesta faixa etária, notando-se discreDiagnóstico Pré-natal de Seqüestração Pulmonar:Apresentação de um Caso
PALAVRAS-CHAVE: Seqüestração broncopulmonar. Malformações fetais. Dopplervelocimetria.to predomínio em meninos (1,5 para 1) 4 . Caracteriza-se por compartilhar o mesmo revestimento pleural visceral do pulmão normal. Sua localização mais freqüente é o segmento póstero-lateral do lobo inferior esquerdo. Seu aporte sanguíneo deriva-se em 75% dos casos da artéria aorta e, nos outros 25% dos casos, de outros vasos torácicos ou abdominais 1,4 . A drenagem venosa se faz habitualmente pelas veias pulmonares, ou, menos freqüente-mente, pelo sistema hemiázigos 1,4 . Em cerca de 90% das vezes a SPI se apresenta como achado isolado, desacompanhado de outras alterações ecográficas 1,[3][4][5][6][7] .A SPE é mais comum em fetos e neonatos, notando-se também predomínio maior em meninos (3 para 1) 4 . Caracteriza-se por possuir revestimento pleural independente do pulmão normal. O seu suporte vascular provém na maior parte das vezes da aorta ou de um dos seus ramos e a sua drenagem venosa pode ser feita pelos sistemas ázigos, hemiázigos, porta ou pelas veias pulmonares 4 . Sua localização mais comum é a parte posterior do tórax 1,4 . Em 80 a 90% dos casos encontra-se à esquerda 1,4 . Em até 15% das vezes pode situar-se em topografia subdiafragmática, devendo sempre ser lembrada como diagnóstico diferencial das massas abdominais 4 . Há relatos na literatura de topografias mediastinal, retroperitoneal