Pensando bem...ser veterinário não é só cuidar de animais. É, sobretudo, amá-los, não ficando somente nos padrões éticos de uma ciência médica. Ser veterinário é acreditar na imortalidade da natureza e querer preservá-la sempre mais bela. Ser veterinário é ouvir miados, mugidos, balidos, relinchos e latidos, mas principalmente entendê-los e amenizá-los. É gostar de terra molhada, de mato fechado, de luas e chuvas. Ser veterinário é não importar se os animais pensam, mas sim sofrem. É dedicar parte do seu ser à arte de salvar vidas. Ser veterinário é aproximar-se de instintos. É perder medos. É ganhar amigos de pêlos e penas, que jamais irão decepcioná-lo. Ser veterinário é ter ódio de gaiolas, jaulas e correntes. É perder um tempo enorme apreciando rebanhos e vôos de gaivotas. É permanecer descobrindo através de animais, a si mesmo. Ser veterinário é o único capaz de entender rabos abanando, arranhões carinhosos e mordidas de afeto. É sentir cheiro de pêlo molhado, cheiro de almofada com essência de gato, cheiro de baias, de curral, de esterco. Ser veterinário é ter coragem de penetrar em um mundo diferente, e ser igual. É ter capacidade de compreender gratidões mudas, mas sem dúvida alguma, as únicas verdadeiras. É aliviar olhares, é lembrar do seu tempo de criança, querer levar para casa todos os cães vadios sem dono. Ser veterinário é conviver lado a lado com ensinamentos profundos de amor e vida. "Todos nós podemos nos formar em veterinária, mas nem todos seremos veterinários".