RESUMOOs moluscos constituem o segundo maior e mais abundante filo do Reino Animal, sendo encontrados em diversos tipos de habitat, possuindo grande importância ecológica. Ademais, diversas espécies de moluscos são hospedeiros de trematódeos que causam parasitoses em humanos e outros animais, como a esquistossomose que é transmitida por espécies do gênero Biomphalaria. Este trabalho tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre a ocorrência do molusco vetor da esquistossomose, Biomphalaria straminea, na Bacia do Rio Parnaíba, Piauí, Brasil. Os espécimes foram coletados entre setembro e outubro de 2022, nos principais rios que compõem a referida Bacia, a qual, devido a sua extensão foi dividida em quatro porções: Baixo, Médio I, Médio II e Alto Parnaíba. Em cada rio foram delimitados três pontos, um na foz, e os outros na região mediana e na nascente. As amostras de moluscos foram obtidas em dois tipos de substrato, no sedimento e nas macrófitas. Um total de 85 indivíduos foi amostrado. O Baixo Parnaíba apresentou maior abundância (n=42) e nenhum espécime foi coletado no Alto e Médio Parnaíba II. Apenas três dos sete rios apresentaram indivíduos, Rio Pirangi (n=45), Rio Itaueira (n=39) e Rio Longá (n=1). Com relação aos trechos, a nascente se destacou com maior abundância (n=62), seguida da foz (n=17) e o trecho médio (n=6). Os resultados fornecem contribuições importantes sobre o monitoramento da B. straminea no estado do Piauí, região Nordeste do Brasil, área onde as informações sobre a ecologia dessa espécie são escassas. Esses dados são essenciais para subsidiar políticas públicas voltadas ao levantamento das condições sanitárias dos corpos d'água, os quais abastecem numerosos municípios.Palavras-chave: Esquistossomose; molusco vetor; Planorbidae.
INTRODUÇÃOOs moluscos constituem o segundo maior e mais abundante filo do Reino Animal, com cerca de 118.000 espécies descritas (Molluscabase, 2023). São encontrados nos mais diversificados habitats (Strong et al., 2008), têm grande destaque nas relações tróficas e participam da reciclagem de nutrientes, além de serem considerados indicadores de qualidade ambiental (Ohlweiler et al., 2010, Miranda et al., 2016.