Introdução: A infecção placentária pelo vírus Zika (ZIKV) em humanos é um tema de grande relevância, dada a associação do ZIKV com desfechos adversos na gestação, incluindo microcefalia e outras anomalias congênitas. Este artigo visa caracterizar a infecção placentária pelo ZIKV, abordando os mecanismos de transmissão vertical, a resposta imune placentária e as consequências para o feto. Materiais, sujeitos e métodos: Através de uma revisão sistemática da literatura, foram analisados artigos científicos publicados e referenciados na Medline/PubMED e SciELO entre 2017 e 2024 que investigaram a presença do ZIKV em tecidos placentários, utilizando métodos como PCR em tempo real, imunohistoquímica e microscopia eletrônica. Resultados e Discussão: Os achados demonstram que o ZIKV pode infectar diretamente células trofoblásticas, incluindo citotrofoblastos e sinciciotrofoblastos, e que a infecção é mediada por receptores específicos, como AXL. A resposta imune placentária envolve a produção de citocinas pró-inflamatórias, que podem contribuir para o dano tecidual e a disfunção placentária. Além disso, a presença do ZIKV na placenta está correlacionada com alterações histopatológicas, como vilite crônica e aumento da apoptose celular. As implicações clínicas desta infecção incluem um maior risco de transmissão vertical, culminando em desfechos neonatais adversos. Considerações finais: A infecção placentária pelo ZIKV desempenha um papel crucial na patogênese da síndrome congênita do Zika, destacando a necessidade de estratégias de prevenção e manejo para minimizar os riscos associados.