RESUMO Introdução:A insuficiência cardíaca (IC) é a via final da maioria das doenças cardíacas. Entre elas, existe a miocardiopatia chagásica, que promove piora do estado nutricional, em virtude da caquexia e desnutrição, que são recorrentes em pacientes com essa doença. O transplante (Tx) cardíaco é uma opção terapêutica para pacientes com IC avançada que é refratária ao tratamento otimizado. A avaliação antropométrica associada com outros instrumentos, como a bioimpedância, permite uma melhor caracterização da evolução desses pacientes. Método: Foi feito um relato de caso por meio de dados clínicos e nutricionais de prontuários eletrônicos, após consentimento da paciente, que assinou um termo de consentimento. Descrição do Caso: A paciente de sexo feminino, com 61 anos, hospitalizada com miocardiopatia chagásica, foi admitida com classe funcional III, ortopneia, edema de membros inferiores, ganho recente de peso não intencional, risco nutricional (de acordo com a ferramenta Nutritional Risk Screening 2002) e dados antropométricos com sinais de desnutrição (índice de massa corporal de 21,9 kg/m2, circunferência de braço de 22 cm e circunferência da panturrilha de 31,5 cm). Foi oferecida dieta hospitalar e incluído suplemento nutricional oral (600 Kcal e 24 g de proteína/dia). A aceitação alimentar inicial foi em média de 60% da dieta oferecida. Após implante de balão intra-aórtico, a aceitação atingiu 80%. A avaliação por bioimpedância no período pré-operatório revelou redução do ângulo de fase com elevação após 3 meses da realização do Tx cardíaco, melhora da classe funcional e dos sintomas de IC. Conclusão: O sucesso da intervenção nutricional em pacientes portadores de IC que são candidatos à Tx cardíaco é desafiado pela condição clínica do paciente e imobilismo prolongado. A intervenção nutricional auxilia a manutenção do estado nutricional na espera pelo órgão. O ângulo de fase obtido pela bioimpedância parece estar associado à condição clínica nesses pacientes.