A mamografia realçada por contraste (CEDM) vem sendo utilizada como um exame de imagem complementar a mamografia digital, principalmente em casos mais complexos, como mamas densas, devido a sua melhor sensibilidade e especificidade. Esse exame possui duas técnicas principais: dupla-energia e temporal. Ambas utilizam espectros de raios X com energias superiores do que no exame de mamografia digital, e consistem numa dupla exposição da mama tornando necessário justificar o uso desse exame. Nesse trabalho, foi utilizado o método Monte Carlo com o código PENELOPE (v. 2018) + PenEasy (v. 2020) para simular o transporte de radiação e a aquisição das imagens de mamografia digital e CEDM na técnica de dupla-energia, visando comparar e quantificar as diferenças entre as qualidades das imagens dessas modalidades. Para simulação das mamas foram considerados objetos simuladores de mama com distribuição homogênea de tecido glandular e adiposo, e modelos de mamas antropomórficos voxelizados gerados computacionalmente por meio da plataforma VICTRE. Para ambos os modelos, foram incluídas lesões no interior da mama, sendo estas compostas por tecido glandular e contraste iodado com diferentes concentrações para simulação da mamografia digital e da CEDM, respectivamente. As análises quantitativas das imagens foram feitas a partir das grandezas razão sinal-ruído (SNR) e razão contraste-ruído (CNR). Os resultados mostraram que a CEDM tem uma melhora significativa na qualidade da imagem de até 1200% para mama homogênea e mais que 360% para o modelo antropomórfico, justificando assim o seu uso. O grau de realce das lesões depende da glandularidade da mama e da concentração da solução de contraste iodado utilizado.