A maioria dos serviços de transplantes advoga a realização de ultra-sonografia de rotina para todos os candidatos a transplante e colecistectomia profilática quando litíase biliar é diagnosticada [1][2][3][4][5] . Esta conduta é justificada pela elevada incidência de complicações, incluindo perda do enxerto, quando a colecistectomia é realizada em transplantados com colecistite complicada.A formação de cálculo biliar é maior em transplantados do que na população geral por várias razões, incluindo o uso de imunossupressores, alteração de peso, hiperlipidemia e diabete melito que ocorrem após o transplante [6][7][8] . A colecistectomia laparoscópica, um procedimento associado com menos morbidade do que a colecistectomia convencional, tem sido utilizada com sucesso em transplantados 5,9 . Os resultados da colecistectomia laparoscópica em transplantados ainda não foram publicados em nosso país [10][11][12][13][14][15][16] . O objetivo do presente estudo é apresentar a nossa experiência com a colecistectomia laparoscópica empregada no tratamento de transplantados com litíase biliar.
MÉTODOS MÉTODOS MÉTODOS MÉTODOS MÉTODOSO protocolo de estudo de todos transplantados que foram submetidos à colecistectomia laparoscópica por colecistolitíase no nosso hospital no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2008 foi revisado retrospectivamente. Os seguintes dados foram coletados e analisados: dados demográficos, medicações utilizadas, incluindo o esquema imunossupressor, indicação e data do transplante, manifestações clínicas relacionadas à litíase biliar, achados operatórios, duração da hospitalização e complicações operatórias e pós-operatórias.Comunicação direta entre a equipe de transplante e a de cirurgiões foi mantida antes, durante e depois da admissão hospitalar. O presente estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da nossa instituição. Os dados numéri-cos foram expressos como média ± desvio padrão.
RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOSQuinze transplantados (13 transplantes renais e dois de medula óssea) foram submetidos à colecistectomia laparoscópica. Nove eram homens e seis mulheres, com idade média de 51± 6.8 anos (variação de 38 a 63 anos). As indicações do transplante renal foram hipertensão arterial (n=6), diabete melito (n=4), glomerulonefrite (n=2) e doença policística renal (n=1). Os dois pacientes que foram submetidos à transplante de medula óssea tinham leucemia mielocítica crônica. Todos pacientes foram admitidos no hospital no dia da operação.