ResumoEnquadramento: A utilização dos serviços de urgência (SU) por situações não urgentes constitui uma preocupação a nível nacional e mundial. Objetivos: Avaliar as características sociodemográficas e o acesso ao SU por utentes não urgentes e identificar os fatores que motivam a sua procura. Metodologia: Neste estudo transversal recorreu-se a uma entrevista e à consulta dos processos clínicos eletrónicos de 357 doentes triados como não urgentes num SU de um hospital português seguindo-se uma amostragem acidental. Resultados: Os utentes da amostra são maioritariamente do sexo feminino, de meia-idade, com reduzidas habilitações literárias, que recorrem ao SU, sobretudo no período diurno e por iniciativa própria. Os motivos mais referenciados foram: A minha doença justifica a ida à urgência (91,7%) e Posso realizar os exames todos no mesmo dia (65,6%). A maioria dos utentes (87,9%) teve alta clínica, sendo que 84,9% dos utentes tem acesso ao médico de família. Conclusão: Foram identificados múltiplos determinantes do acesso ao SU, permitindo apontar sugestões que visam uma utilização racional dos cuidados de saúde.Palavras-chave: serviços médicos de emergência; serviços de saúde; assistência ao paciente; adulto
AbstractBackground: The use of the emergency department (ED) for non-urgent situations is a source of concern, both at the national and international levels. Objectives: To assess the sociodemographic characteristics and ED use of non-urgent patients and to identify the reasons for non-urgent ED use. Methodology: This cross-sectional study used patient interviews and the electronic medical records of 357 patients triaged as non-urgent at a Portuguese hospital ED, using an accidental sampling technique. Results: The majority of patients were women, middle-aged, and had a low education level; most of them used the ED during the day and on their own initiative. The most common reasons were: My disease justifies ED use (91.7%) and I can undergo all medical examinations on the same day (65.6%). The majority of patients (87.9%) were discharged, and 84.9% had access to a family doctor. Conclusion: Multiple determinants of non-urgent ED use were identified. Some recommendations were put forward to improve the rational use of healthcare services.