Manifestações oculares de doenças sistêmicas: uveítes, Oftalmopatia de Graves e Síndrome de Sjögren

Abstract

A oftalmologia é considerada uma área especializada dentro da medicina. As manifestações oculares de doenças sistêmicas permitem a interação com outras especialidades, como reumatologia, endocrinologia, infectologia, pediatria e neurologia. Diminuição da acuidade visual, dor e hiperemia ocular, ou sensação de olho seco podem ser a primeira manifestação de doenças sistêmicas, e por isso a anamnese pode nos dar pistas de doenças não diagnosticadas. O exame de fundo de olho, exibe os vasos sanguíneos de maneira não invasiva, e alterações detectadas também podem estar presente em outras estruturas, como rins, cérebro e coração. Neste artigo, detalhamos as principais doenças sistêmicas que acometem os olhos, e suas manifestações mais comuns.

Endocrinologia e Imunologia: O caminho para compreender as doenças metabólicas, hormonais e autoimunes - Edição IX

“…Os fibroblastos orbitários, que expressam o TSHr, são os principais alvos antigênicos. Isso desencadeia uma cascata inflamatória complexa, resultando na expansão do tecido adiposo e/ou muscular da órbita, caracterizando os sintomas oculares associados à OG como exoftalmia, edema palpebral, injeção conjuntival, diplopia, diminuição da acuidade visual, dor ocular, sensibilidade à luz (fotofobia) e a restrição dos movimentos oculares (Figura 19.1)( FURTADO et al, 2022).…”

“…Primeiramente, tem-se retração palpebral superior (sinal de Dalrymple), o achado mais comum, já que se encontra em 90% dos casos, decorrido pela hipertrofia do músculo de Muller e a fibrose que acontece entre a aponeurose do músculo elevador da pálpebra superior (AMEPS), que é uma estrutura fibrosa fina e plana que se estende da borda orbital para a pele da pálpebra superior. Ainda nesse achado pode-se observar o fenômeno de "lid leg" (sinal de Von Graefe), que significa a diminuição da amplitude da pálpebra superior ao olhar para baixo (FURTADO et al, 2022). Como segundo achado mais comum tem-se a exoftalmia, retração palpebral superior (sinal de Dalrymple), proptose uni ou bilateral, estrabismo restritivo e, em menor número de casos, neuropatia óptica e perda visual.…”

“…O subtipo 2 resulta no comprometimento da musculatura ocular extrínseca, podendo ser assimétrico entre as órbitas, apresenta diferentes níveis de inflamação orbitária e é considerado o subtipo mais grave, com risco de perda irreversível da visão devido à neuropatia óptica compressiva. Sua incidência é equitativa entre os sexos, com uma leve predominância em homens (FURTADO et al, 2022).…”