Mapeando as dimensões de um desafio: o ensino de alemão como língua estrangeira em contextos multinível

Abstract

O cotidiano nas salas de aula de ALE nos contextos universitário e institucional extracurricular – como é o caso do projeto PALEP – Projeto Aulas de Línguas em Espaços Públicos (UERJ/UFRJ) – tem imposto desafios de várias ordens a todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Consideramos como pressuposto da pesquisa a ideia de que professores e gestores da ensino-aprendizagem estão diante de salas de aula de natureza “multinível” e que o reconhecimento dessa natureza tem implicações político-pedagógicas que terão reflexo no papel de alunos e professores, no desenvolvimento do material didático e também nos objetivos do processo de aprendizagem. O objetivo deste artigo é, portanto, discutir aspectos teóricos da atividade de ensino-aprendizagem como uma atividade complexa e identificar três dimensões do reconhecimento da natureza “multinível” das salas de aula de ALE: a dimensão social, que engloba questões relacionadas às possibilidades de socialização e cooperação levando em conta a multiplicidade de níveis em sala de aula; a dimensão pedagógica, que impõe transformações na racionalidade didática em sala; e, por fim, a dimensão política, que nos permite compreender melhor processos de produção do fracasso e de evasão em cursos de ALE.

Licentîa Hypomnema: Reflections and Perceptions in Teacher Education

“…Since reflexive practices are essential for Education as a whole and for Teacher Education specifically, students must be encouraged to perform them. Teacher Education employs several resources to promote students' reflection on pedagogical experiences and theories, such as Learning Diaries (Komur & Cepik, 2015;Ferreira & Marques-Schäfer, 2016), Academic Memorials (Carpi, 2014;Cintra, 2020), and Portfolios (Clarke & Boud, 2018;Chy, Zhou, Koh & Liu, 2019).…”

Estratégias de aprendizagem de alemão como língua estrangeira: perspectivas de estudantes de Letras da Universidade de São Paulo

“…Para Vaz Ferreira e Marques-Schäfer (2016, p. 111), para alunos autônomos que se auto-gerenciam, a proposta do diário é uma possibilidade de auto-organização e acompanhamento dos estudos. Na pesquisa com grupo de estudantes, com os quais trabalharam uma metodologia de consultoria de aprendizagem e utilizaram a ferramenta do diário, as autoras afirmam que houve uma ampliação do repertório de EA daqueles que vivenciaram a experiência (Vaz Ferreira;Marques-Schäfer, 2016, p. 116). As autoras afirmam ainda que os bons resultados foram percebidos através dos dados quantitativos e qualitativos.…”

“…As autoras afirmam ainda que os bons resultados foram percebidos através dos dados quantitativos e qualitativos. Diante disso, as autoras consideram que tais recursos tiveram impacto na percepção por parte dos alunos acerca do conceito de autonomia, do seu papel no processo de aprendizagem, no leque de estratégias conhecidas e selecionadas para o alcance de seus objetivos (Vaz Ferreira;Marques-Schäfer, 2016, p. 120).…”

“…Ainda assim, consideramos que estes dados revelam uma necessidade de abordagem das estratégias em sala de aula, afinal, três declararam nunca ter ouvido sobre o tema (E5, E6 e E24). Entendemos que o professor tem um papel fundamental na mediação das EA para promoção da autonomia e ressaltamos que o papel do professor inclui encorajar, motivar e promover meios para que os aprendizes possam refletirem sobre sua própria aprendizagem(Ten Kathen, 2016;Carvalho;Vaz Ferreira;Marques-Schäfer, 2016;Aquino;Schmidt;Feitosa, 2022).…”

“…Isso envolve o uso de métodos para lidar com as diferenças entre os alunos sem dividir permanentemente todo o grupo(Aschemann;Petra Gugler; Nimmerfall, 2011, p. 2 19 Tradução da autora para: Binnendifferenzierung wird auch als innere Differenzierung oder didaktische Differenzierung bezeichnet und meint alle Differenzierungsformen, die innerhalb einer gemeinsam unterrichteten LernerInnengruppe vor-genommen werden -also Methoden, um mit den Unterschieden der Lernenden umzugehen, ohne die ge-samte Gruppe dauerhaft aufzuteilen(Aschemann;Petra Gugler; Nimmerfall, 2011, p. 2 apud Demmig, 2007. para Ademais, cabe ao professor motivar o aluno a se arriscar e encarar novas experiências, tornando-o mais autoconfiante(Ten Kathen, 2016, p. 109).Similarmente,Carvalho (2016, p. 128) afirma que o ensino de estratégias é um meio eficiente de se promover a autonomia e que o professor deve ajudar os aprendizes a descobrir quais estratégias funcionam, quando e como usá-las, dentro de uma variedade disponível (idem, p. 69). Além da diferenciação em sala de aula, pesquisadoras apontam em estudos sobre consultorias de aprendizagem, em que as EA geram impacto na percepção por parte dos alunos acerca do conceito de autonomia(Vaz Ferreira;Marques-Schäfer, 2016) e a alcançar uma maior autonomia e consciência dos estilos e necessidades de aprendizagem(Aquino;Schmidt;Feitosa, 2022).…”