Marcadores de diferença e produção de si na prostituição entre homens

Abstract

Resumo Este estudo analisa marcadores sociais de diferença como vetores de produção de si na prostituição entre homens. Para tanto, realizou-se um processo etnográfico por três espaços (Rua, Bar e Sauna) da cidade de Porto Alegre, Brasil, nos quais foram feitos diários de campo e entrevistas narrativas. Contando, em termos analíticos, com propostas de análise discursiva e de perspectivas interseccionais, esta investigação mostra que marcadores sociais como território, geração, gênero e sexualidade se relacionam intrinsecamente com a expressão de formas de valorização e desvalorização na prostituição. Situando os sujeitos em posições diferentes de possibilidade de agência, estes marcadores compõem espaços existenciais economicamente estratégicos.

Prostituição masculina: Entre o prazer e o sofrimento à luz das representações sociais

“…França (2017) destaca que a pessoa que se insere na prostituição sobre influência de algum amigo, geralmente recebe conselhos sobre a melhor forma de trabalhar, os cuidados que o mesmo deve executar, além de, muitas vezes, indicar clientes para esses parceiros. No entanto, quando esse amigo percebe que o recém GP está sendo mais bem-sucedido na carreira do que ele, esse tende a criar estratégias para desmoralizá-lo no mercado, como inventar mentiras sobre uso de droga, roubo de clientes, violência, ou até redução do seu preço de programa (HAMANN, et al, 2020, PERLONGHER, 1987.…”

Precarização e Plataformização do Trabalho: Efeitos Entre Homens Trabalhadores do Sexo pela Internet

“…Ainda, inclui atividades-meio, como: clínicas de estética, consultórios de cirurgia plástica, dermatologia e nutrição, academias de musculação e rede hoteleira. Ou seja, o trabalho sexual está para além da demanda de sexo com ou sem penetração, por inscrever ampla gama de atividades (Scott, 2003;Fundación Triangulo, 2006;Hamann et al, 2020).…”

“…Ainda, regionalmente, costumam focar em ambientes presenciais nos quais esses homens trabalham, isto é, bares, saunas e em ruas, assim como nas dinâmicas sociais estabelecidas nestes contextos, mas pouco sobre as dinâmicas do mundo interno. A investigação de Hamann et al (2018) sobre a constituição de comunidades de prática no trabalho sexual de homens, e, ainda, Hamann et al (2020) que analisam marcadores interseccionais de diferença e sua influência na produção de si entre homens trabalhadores sexuais, caminham em direção ao mundo interno, porém delineados na presencialidade.…”