Masculinidades e sofrimento mental: do cuidado singular ao enfrentamento do machismo?

Abstract

Resumo Os problemas de saúde mental têm grande relevância sanitária internacional. De natureza multifatorial, tais condições de saúde, aqui consideradas como sofrimentos, são influenciadas, inclusive, por elementos sociais, como a construção da masculinidade, em que pese as críticas e lutas cada vez mais evidentes contra o machismo. Diante deste cenário, este artigo aborda o sofrimento mental masculino e seu cuidado, a partir de uma revisão da literatura, tendo como base a BVS e considerando o período de 2010 a 2020. Foram selecionados 22 artigos. Os resultados do estudo foram organizados em torno das categorias: Características/ Particularidades do sofrimento mental de homens; Acesso/Modo de procura por ajuda de homens em sofrimento e Abordagem/Cuidado de homens em sofrimento mental. Conclui-se haver necessidade de mais visibilidade para a relação entre masculinidade e sofrimento mental e suas especificidades no âmbito do cuidado, considerando a existência de uma aparente crise silenciosa, o direito dos homens (enquanto pessoas) ao cuidado bem como a possível contribuição, ainda que indireta e modesta, da abordagem do sofrimento dos homens para a luta contra o machismo.

Intestinal parasitic infections: telephone health literacy with men in areas of poverty in the syndemic

“…Men’s low educational level, when linked to the barriers to access and accessibility to the services of Basic Health Units, such as incompatibility between the opening hours of these units and the working hours of most Brazilian men, strenuous working hours and working conditions return home, can enhance insufficient health literacy ( 13 ) . These data corroborate those of Silva & Melo ( 16 ) and Separavich & Canesqui ( 17 ) , since men are not in the habit of looking for preventive care and tend to seek assistance in services where demands are answered objectively.…”

“…Despite the efforts of some professionals to carry out Popular Health Education practices in PHC’s daily life ( 9 , 14 ) , the presence of men is usually discreet, since the habit of self-care is not part of male culture, and unproductivity and disability stigma makes men deny the illness and neglect self-care ( 15 ) . However, approaches to include men in SUS care practices, through the Brazilian National Policy for Comprehensive Care for Men’s Health, are still insufficient and need to be reviewed, since health education practices are carried out, in mostly vertically, based on male morbidity and mortality data, and that issues associated with social class, race and gender, potentiate health inequities that make men invisible as subjects of law for public policies, not being objects of attention in the context of comprehensive health for the State ( 16 - 17 ) .…”

Homens cuidadores informais de idosos dependentes no Brasil

“…Corroborando com a literatura internacional 18,26,27 , os homens não reportam depressão; no entanto, têm postura cabisbaixa, olhar triste e alguns choraram durante a entrevista, principalmente ao falarem da progressão da doença da pessoa amada e das incertezas no futuro 16,18,24,25,30 . O sofrimento mental dos homens vem sendo alvo de pesquisas na última década, pois se trata de um fenômeno multidimensional que envolve o contexto social e cultural 9,10 , em que é preciso compreender como as atitudes tradicionalmente percebidas como masculinas se inserem nas relações que o homem estabelece com a sociedade.…”

“…O sofrimento mental dos homens vem sendo alvo de pesquisas na última década, pois se trata de um fenômeno multidimensional que envolve o contexto social e cultural 9,10 , em que é preciso compreender como as atitudes tradicionalmente percebidas como masculinas se inserem nas relações que o homem estabelece com a sociedade. O sofrimento mental de homens encontra-se ancorado nos papéis tradicionais de gênero atribuídos ao masculino: ser provedor, mostrar-se forte, conter as emoções, não falar de sentimentos ou problemas pessoais com amigos nem buscar ajuda de profissionais de saúde 10,18,24,25,30,31 .…”

Hepatitis C survey among the prison community in the Triângulo Mineiro region, Minas Gerais, Brazil: revealing an invisible population.

“…Also, when addressing health in the prison system, one must re ect on masculinity. Dominant gender patterns can lead men to hide health issues [27].…”