“…Os relatos contidos nessas primeiras pesquisas, alguns deles revisados nos dias de hoje por pesquisadoras/es africanas/os, ajudariam, como será visto mais adiante, por um lado, a demonstrar as complexas relações instauradas no período colonial com o silenciamento sistemático da diversidade sexual e de gênero e seu enquadramento em parâmetros heteronormativos ocidentais, demonstrando ainda por tabela a tradição histórica dessa diversidade no continente (Epprecht, 2005; Murray e Roscoe, 1998). Mas, por outro lado, essas pesquisas acabariam por reforçar, no período pós-colonial de formação dos Estados nacionais africanos, o que Epprecht (2008a) chamou de alegoria nacionalista da heterossexualidade exclusiva, ou seja, o uso político da ideia da exogenia da homossexualidade e a promoção da alegada heterossexualidade "naturalmente" africana (Amory, 1997; Guebeguo, 2006b;Hayes, 2000;Mbembe, 2006;Mbisi, 2011;Miescher, 2005;Ndjio, 2012;Ratele, 2008;Rebucini, 2013) 17 .…”