O motor ciclo Otto de injeção direta apresenta a vantagem de um menor consumo de combustível em relação aos motores ciclo Otto de injeção indireta. No entanto tem como inconveniente a emissão de material particulado que se origina a partir da formação de uma mistura não homogênea entre o ar e o combustível no processo de combustão, que depende também da tecnologia utilizada, e é influenciada pela composição do combustível. O material particulado tem influência sobre a saúde humana causando problemas respiratórios. A indústria automotiva brasileira apresentou os primeiros motores de injeção direta flex fuel do mundo em 2013. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o nível de emissão de material particulado gerado por um veículo leve equipado com motor de injeção direta. Foram realizados ensaios no veículo em dinamômetro de chassis, conforme normas brasileiras, nos ciclos de condução FTP-75 e HWFET, com gasolina A22 e etanol hidratado de referência (EHR), sendo medidos os seguintes compostos: Total de Hidrocarbonetos (THC), Monóxido de Carbono (CO), Óxidos de Nitrogênio (NO X), Dióxido de Carbono (CO 2), Metano (CH 4), Hidrocarbonetos Não Metano (NMHC), Material Particulado (MP) e consumo de combustível. Os resultados demonstraram níveis baixos de emissões de material particulado, e que com o uso do combustível A22 houve um aumento na emissão de material particulado em relação ao etanol hidratado, principalmente quando submetido ao ciclo de condução HWFET. Ficou evidenciado que as características do combustível influenciam nas emissões de material particulado, e que a tecnologia tem como vantagem o baixo nível das emissões dos compostos legislados no Brasil.