Este estudo objetivou analisar as representações sociais de moradores de um hospital colônia (HC), do Nordeste brasileiro, sobre a própria instituição. Participaram 16 moradores, com idade entre 48 e 85 anos (M = 67,0 anos; DP = 9,7). Na coleta de dados, utilizaram -se um questionário sociodemográfico e entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram analisadas pelo método da Classificação Hierárquica Descendente. Os resultados indicaram a centralidade da função justificadora das representações sociais, evidenciando explicações para a permanência na colônia, já que todos os moradores estão curados da hanseníase. Assim, para alguns residentes, viver no HC se deve à falta de recursos materiais. Para outros, permanecer no local decorre do apego à instituição. Portanto, embora o HC tenha servido de abrigo para os doentes e tenha possibilitado seus "cuidados", essa instituição também contribuiu para a construção de representações negativas sobre essas pessoas e não forneceu subsídios suficientes para reinseri -las na sociedade.