RESUMOA osteoporose é uma complicação comum após os transplantes de rim, coração, fígado e pulmão. Os esquemas imunossupressores para evitar a rejeição do órgão enxertado após o transplante freqüentemente incluem glicocorticóides, ciclosporina A e tacrolimus, os quais possuem efeitos danosos sobre a homeostase mineral óssea, impostos a um esqueleto já comprometido. Outros fatores que provavelmente contribuem para a patogênese da osteoporose pós-transplante são deficiência de vitamina D, hiperparatireoidismo secundário e hipogonadismo. Medidas para avaliação da saúde óssea antes do transplante deveriam ser realizadas: densitometria mineral óssea, radiografia da coluna, avaliação do nível de vitamina D e dos hormônios gonadais. Todos os pacientes transplantados deveriam ser submetidos à profilaxia da perda óssea. Estudos clínicos sugerem que os bisfosfonatos são os agentes mais promissores para a prevenção e o tratamento da osteoporose pós-transplante.
ABSTRACT Osteoporosis After Solid Organs Transplantation.Osteoporosis is a common complication following kidney, heart, liver and lung transplantation. Immununosuppressive regimens to prevent graft rejection after transplantation commonly include glucocorticoids, cyclosporin A and tacrolimus which are detrimental to bone and mineral homeostasis and are superimposed on an already compromised skeleton. Additional factors likely to contribute to post-transplantation osteoporosis pathogenesis are vitamin D insufficiency, secondary hyperparathyroidism and hypogonadism. Measures should be taken to optimize bone health prior transplantation: bone mineral density and spinal Xrays should be performed, and vitamin D and gonadal status assessed. Prophylaxis against bone loss after transplantation should be considered for all patients. Data from clinical trials suggest that bisphosphonates are the most promising agents for the prevention and treatment of post-transplantation osteoporosis.
EMBORA A IDÉIA MAIS COMUM seja de que a osteoporose acometa primariamente as mulheres pós-menopausa, outras populações também são de alto risco. Um desses grupos é formado pelos receptores de transplante de órgãos, e quanto maior a sobrevida desses pacientes, maior será o tempo de exposição aos riscos de fraturas. Nas últimas décadas, os transplantes vêm se tornando uma terapia efetiva para doenças renais, hepáticas, cardíacas e pulmonares em estágios finais. O Brasil acompanha essa progressão no número revisão