Analisar o fenômeno da medicalização por Metilfenidato entre crianças e adolescentes, da dispensação ao uso e adesão. Método misto paralelo convergente, realizado no sul do Brasil. A vertente quantitativa utilizou dados documentais, da dispensação infantojuvenil (n=468) de 2016 a 2021. A vertente qualitativa apresenta 32 participantes, em três grupos (mães, professores, equipe pedagógica) com coleta e análise, guiada na Teoria Fundamentada nos Dados. Dos indivíduos 66 (14,1%) crianças entre 6 e 9 anos e 402 (85,9%) adolescentes 10 e 19 anos. O medicamento foi distribuído 4.435 vezes, totalizando 231.370 mil comprimidos. Os trimestres, com maior quantidade de comprimidos distribuídos e vezes dispensados, foram, o segundo trimestre de 2020 e o terceiro trimestre de 2019. A dispensação está atrelada a trajetória de crianças e famílias na vivência com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade: do diagnóstico ao seguimento da terapêutica medicamentosa, e percepções dos diferentes atores sociais no diagnóstico, tratamento e seguimento de crianças com o transtorno: das ações e relações à construção do cuidado integrado e ao desenvolvimento do Transtorno. A medicalização infantojuvenil é complexa, e influenciada por diferentes atores sociais. A indicação medicamentosa adequada, uso e adesão, dependem de manejo interdisciplinar correto e colaborativo.